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domingo, 21 de setembro de 2014

A verdadeira e aterrorrizante história do Trupe do palhaço que assustava SP

Em meados dos anos 1990, o jornal "Notícias Populares" acompanhou a investigação sobre um suposto bando, formado por um negro e uma loira, que estavam apavorando São Paulo. Ele, fantasiado de palhaço, e ela, de bailarina, atraíam crianças com balas e doces e depois as jogavam em uma Kombi branca, sumindo em seguida. Passados alguns dias, a criança raptada era encontrada sem os órgãos. Outra característica é que os criminosos escolhiam as vítimas sempre em frente às escolas.
As reportagens sobre o grupo, que ficou conhecido como a Gangue do Palhaço, foram publicadas no "Notícias Populares" entre os dias 20 de maio e 5 de junho de 1995. E, nesses 15 dias, o caso teve grande repercussão, mesmo com o jornal sempre deixando bem claro em suas páginas que o assunto não passava de boato.


Tudo começou por causa de Aline, uma menina de 11 anos, da cidade de Carapicuíba (Grande São Paulo), que estava desaparecida desde o dia 31 de março daquele ano. A partir daí, o boato de que ela teria sido vítima da Gangue do Palhaço se espalhou pelo Estado. Moradores de Cidade Tiradentes, na zona leste da capital, do Capão Redondo, na zona sul, e do município de Osasco, por exemplo, já não deixavam mais seus filhos irem sozinhos à escola.
A polícia, entretanto, sempre afirmou que a gangue nunca havia existido, pois não fora registrado nenhum caso e/ou queixa comprovada sobre o assunto. 
Mesmo diante das negativas da polícia e de o "NP" publicar que tudo não passava de boato, algumas pessoas juravam ter visto os assassinos de crianças. A dona de casa N. E., moradora do Tucuruvi (zona norte), afirmou que o bando havia tentado raptar seus filhos no começo de 1995. "Um negro numa Kombi branca parou em frente de casa e pediu para levar meus filhos para a escola. Não topei, e ele falou que eu ia me arrepender." De acordo com ela, a perua era suspeita. "Não tinha placa, os vidros eram fumês e tinham cortinas", disse.
Infográfico do 'Notícias Populares', em 30 de maio de 1995, exibiu os locais em que havia relatos da Gangue do Palhaço
local por onde o boato passou

Por causa da boataria, palhaços profissionais começaram a perder seus empregos, como revelou reportagem do "NP" publicada em 23 de maio de 1995. Edmilson José da Silva, que trabalhava em Carapicuíba como o palhaço Vuku-Vuku, estava sem emprego havia um mês. "Só de olhar um pôster com meu retrato na rua, eu já vi criança morrendo de medo", dizia.
Vanderlei Costa, o palhaço Mamadeira, um dos sócios do sindicato dos palhaços, disse que a história iria "afastar as crianças dos palhaços".
Além do problema de desemprego, uma palhaça chegou a ser ameaçada de morte, conforme noticiava o "NP" de 30 de maio.
O medo de ataques da Gangue do Palhaço fez com que escolas de Carapicuíba começassem a colocar seguranças para proteger as crianças, como informou o "NP" em 25 de maio.
A partir do momento em que os boatos sobre a gangue se multiplicaram, a polícia não teve mais sossego. A delegacia de Carapicuíba recebia mais de 20 ligações por dia de pessoas apavoradas com o bando. "Ninguém aguenta mais", dizia o delegado da cidade, Brasílio Machado.
Em 5 de junho de 1995, o 'Notícias Populares', com a ajuda de Gil Gomes, encerra a história da Gangue do Palhaço

"O 'bando do palhaço' não existe" foi a manchete da última reportagem da série, publicada no dia 5 de junho. O "NP", a polícia e o repórter Gil Gomes investigaram o caso por dois meses e chegaram à mesma conclusão: tudo não passava de boato.
. Em São Paulo, mesmo com os constantes informes do 'NP' de que a gangue não existia, os relatos sobre a trupe do palhaço mostraram o quão perigoso um boato pode ser, a ponto de causar desemprego, despertar violência e colocar vidas de pessoas em risco.

fonte: http://www.paraiba.com.br/2013/09/18/18397-conheca-a-verdadeira-e-aterrorrizante-historia-do-trupe-do-palhaco-que-assustava-sp

Um comentário:

  1. Lembro dessa época sim todos diziam que era boato que não existiam mais eu vi com meus próprios olhos quando sequestraram uma criança na frente da iná hoje correio central em santo amaro na época estudava no colégio petronila

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