segunda-feira, 28 de abril de 2014

Abby (Vingadora)

(Oi, pessoal. Eu sou nova aqui e me chamo Sarah. Espero que vocês gostem dessa.)

História

Abigail Edwards sempre foi uma garota feliz, carinhosa e amada. Gostava de fazer novas amizades, de brincar com seu irmão Tommy de 5 anos e, principalmente, de desenhar. Seus pais, Adrian e Bárbara, e seu irmão sempre se encantavam com os desenhos feitos pela garota. Desenhava, principalmente, adolescentes belas e sedutoras, com cabelos enormes que iam até a cintura e vestidos magníficos. Ninguém nunca reclamou da menina; tirava boas notas, todos os professores gostavam dela. Enfim, era uma garota exemplar. Isso até seus 11 anos, quando foram visitar a casa de seus tios John e Kelly.

Sua casa de quatro andares ficava no meio de uma floresta coberta por neve, ao lado de um lago congelado e cintilante. Todos estavam com roupas quentes, pois nevava naquele dia. Por mais bonita que fosse a paisagem, a casa de seus tios continuava feia. A madeira já estava deteriorando, teias de aranhas podiam ser vistas nas janelas, além de ratos saírem de buracos nas paredes. Abby, como preferia ser chamada, sentiu um pouco de nojo ao ver aquilo tudo, e pensar que passariam as férias lá. Por algum motivo estranho, a garota não gostava muito da tia; sismava em dizer que ela era má e que queria machucá-la, mas ninguém acreditava nela. A mãe até que ficava um pouco preocupada, mas nada tão sério; já o pai dizia que a garota era criativa demais. E Tommy, por ser pequeno, pensava que tudo fazia parte de uma brincadeira.

Logo, os tios saíram da casa para cumprimentá-los com o típico: "Olá, crianças. Nossa, como vocês cresceram!". Após tomarem chocolate quente, tia Kelly sugeriu que as crianças patinassem em cima do lago. Como Tommy estava ansioso para ir, Abby concordou, embora não quisesse. Abby sabia patinar bem, e agora ensinava Tommy.

Enquanto Kelly lavava as canecas, John e Adrian saíram de dentro da casa e ficaram perto do portão, conversando. Bárbara decidiu sair também para observar as crianças. Abby e Tommy já estavam longe da casa quando um carro desgovernado atropelou seus pais e seu tio. Tommy não viu nada porque estava caído quando tudo aconteceu, de costas para os familiares. Já Abby, que estava na frente de Tommy ajudando-o a se levantar, presenciou tudo; os corpos já sem vida de sua família voando para longe, batendo nas árvores ao redor da casa. A garota parou de brincar e foi atrás dos corpos. Quando viu seus pais e seu tio mortos, chorou incondicionalmente enquanto o motorista fugia. Kelly saiu de casa e se assustou com a cena, indo atrás do marido, da irmã e do cunhado.

Depois disso, nada foi o mesmo. Um ano depois, Abby e Tommy foram adotados pela tia. Eles já não se lembravam de todos os detalhes do "acidente de carro". A garota doce agora já era mais reservada e solitária; já não desenhava frequentemente e suas personagens e roupas eram mais deprimentes e feias, como a aparência da garota. Abby já não dormia direito há uma semana, pois tinha pesadelos todas as noites.

Quando chegaram na casa, ela parecia mais alegre e animada. Não se via mais teias de aranhas, as madeiras foram consertadas e os ratos foram exterminados. A tia parecia mais alegre do que o normal. Seu cabelo ruivo estava preso e ela usava um vestido azul claro, embora estivesse extremamente frio. A sala de estar era grande e confortável para ambos, foi o que a tia disse. E era mesmo, porém eles ainda desejavam estar na sua antiga sala com os seus pais.

Kelly tinha uma surpresa para as crianças, agora com 12 e 6 anos. Eles a seguiram até a cozinha, onde estava uma grande fotografia delas com seus pais. Tommy adorou a ideia de lembrar de seus pais todos os dias, já Abby sentiu uma imensa vontade de rasgar a foto. Não queria lembrar do acidente todo o dia, muito menos de seus pais e, consequentemente, do jeito que morreram. Era a pior surpresa da vida dela.

Depois de dar uma bronca na menina, tia Kelly mostrou para ambos seus respectivos quartos. A garota só se interessou por uma boneca de pelúcia que, de alguma maneira, se parecia com ela: cabelo castanho claro, liso e comprido, olhos da mesma cor, pele morena e um incrível sorriso estampado no rosto. Logo, deu-lhe o nome de Poder, essa foi a primeira palavra que lhe veio a cabeça naquele instante.

Naquela noite, Abby conseguiu dormir tranquilamente ao lado da boneca. A primeira noite tranquila após vários dias e vários meses. Por tempo limitado, pois no meio da noite a garota se levantou da sua cama ao ouvir um barulho vindo de dentro do seu quarto. Ela olhou ao redor, porém não viu nada. Então, voltou a dormir. Na manhã seguinte, ela se trocou e foi para a escola. Enquanto isso, Tommy explorava a casa, já que iria para a escola somente no outro dia.

A princípio, todos olhavam para Abby. Ela se sentiu assustada, e já não sabia lidar com gente estranha. Em pouco tempo, um garoto se aproximou dela. Seu nome era Augustus, mas todos o chamavam de Gus. Ele era loiro, tinha incríveis olhos azuis e um sorriso encantador. Ele era mais velho que Abby, embora estivessem na mesma sala. Tinha dezesseis anos. Era um dos garotos mais populares da escola inteira, e parecia muito interessado na garota. Abby havia percebido, então procurou o banheiro para ver se estava bonita o suficiente. Depois, Dora Moore e Dawn Adams passavam por perto do banheiro quando viram Abigail saindo correndo do banheiro, alegando de que viu um monstro humanoide de pele preta e olhos vermelhos no espelho.  Logo, as duas adolescentes correram contar para alguns colegas. Só ouvia risadas no corredor. Pessoas rindo de Abby.

A garota, enfurecida, fechou os olhos e começou a chorar. Em pouco tempo, só era possível ouvir seu grito no corredor, implorando que parasse. As risadas haviam cessado. Quando Abby abriu os olhos, as luzes estavam apagadas e os alunos estavam caídos no chão, desmaiados. E um pensamento ficou na cabeça da garota: "Você fez isso... Viu como é poderosa?". Abby começou a rir enquanto um de seus professores Mark Lewis e Gus apareceram. Ela correu para longe e se escondeu na sala do zelador até que as aulas terminassem. Logo, sua tia veio lhe buscar.

Abby lanchou e, como sempre, se dirigia ao seu quarto para ficar trancada lá dentro. Porém foi interrompida por seu irmão, que lhe mostrou uma coisa que havia encontrado no porão da casa. Um colar preto com um pingente de estrela vermelho. Uma estrela específica: a de Satã. Embora as crianças não soubessem, ficaram atraídas pelo acessório. Mas Abby foi a primeira a usá-lo, e não quis tirá-lo mais.

Era de noite quando a garota teve o pior pesadelo de sua vida. Acordou aos berros, e logo viu sua tia parada na porta, assustada. Abby olhou ao redor, e logo viu que não estava na sua cama. Encostada no armário, ela agora olhava para sua cama, onde Poder estaria sentada olhando para ela. Nas paredes, foram escritas as seguintes palavras com sangue de coelhos: "Eles Odeiam", "Morreram", "Me Ame", "Coelhinhos", "Poder", e, principalmente, "Você Não Me Ama?". Abby olhou para suas mãos, coincidentemente com o mesmo líquido vermelho.

A tia, tão enfurecida quanto assustada, disse para Abby segui-la até a cozinha. Abby estava tão confusa, tão assustada. Ela sentou-se em uma das cadeiras, de costas para a tia, esperando receber uma bronca. Mas não foi só isso. A garota se recusou a olhar para trás enquanto ouvia a tia abrir uma gaveta e tirar uma faca de lá.

O pequeno Tommy dormia tranquilamente enquanto a tia machucava Abby, usando o instrumento. Depois da tortura, a garota dirigiu-se ao seu quarto, como Kelly ordenou, e chorou. Passou a noite chorando, abraçando Poder. Ela recusou-se a ir para a escola nas duas semanas seguintes. Quando seus machucados já haviam cicatrizado, a garota foi à escola. Gus a abordou, convidando-a para ir a festa fantasia de sua irmã mais nova, Jullie. Abby aceitou, esquecendo totalmente do castigo que sua tia havia lhe dado por manchar a parede de seu quarto.

Quando chegou em casa, correu contar a novidade para a tia. Kelly gritou com ela, dizendo que não deveria ter aceitado pois ela não iria. Abby tentou convencê-la de qualquer maneira, mas nada a convenceu. A garota abaixou a cabeça. Estava prestes a chorar quando murmurou: "Mamãe deixaria...". Recebeu como resposta: "Mas a sua mãe não está mais aqui!" A garota ergueu a cabeça e encarou a tia. Começou a chorar ao ver a expressão fria de Kelly. Abby correu para o seu quarto e abraçou a boneca, jurando ao mesmo tempo que isso não ficaria daquele jeito.

Na noite da festa, Abby saiu escondida de seu quarto enquanto Kelly e Tommy dormiam. Ela entrou no quarto de sua tia silenciosamente e abriu o seu armário. Procurou por uma roupa que pudesse usar como fantasia, e achou um vestido de noiva todo branco. Ela roubou-lhe o vestido, o ajustou ao seu tamanho e o vestiu. Colocou o colar que seu irmão havia lhe dado e sapatilhas brancas. Penteou o seu cabelo e se maquiou. Ela sorriu por um instante, pois estava tão bonita quanto a eu de seu passado. Decidiu que levaria a boneca Poder junto com ela. E, como combinado, encontrou com Augustus perto da escola. Ela não sabia, mas estava sendo seguida.

Chegou em poucos minutos ao local. Gus a esperava; ele usava uma fantasia de príncipe, inclusive carregava até uma espada falsa no bolso, pensou a menina. Gus a olhou de cima a baixo e sorriu. Abby corou um pouco e sorriu também. Ela perguntou se estava bonita. Ele não respondeu, apenas continuou sorrindo. Caminhou lentamente na direção da garota e tentou beijá-la. Abby, assustada, se afastou. O doce sorriso de Augustus sumiu rapidamente, e logo se transformou num sorriso demoníaco. Abby se afastou ainda mais, porém esbarrou em duas garotas amigas dele: seus nomes eram Amanda Allen e Taylor Campbell. Elas riram da garota enquanto a empurrava ao chão. A menina começou a chorar, e perguntou o que estava acontecendo. Logo, mais dois amigos de Gus; Michael Scott e Josh Hill; apareceram e riram também. Augustus tirou uma espada vermelha da cintura e se aproximou da menina, dizendo: "Você não me ama, Abby?". Ela se afastava enquanto mais alguém chegava perto do grupo. Era seu irmão Tommy.

Tommy tentou defender a irmã, e até mesmo socou a perna de Gus. Porém era mais fraco. Enquanto Michael e Josh seguravam Abby para que ela não ajudasse o irmão, Amanda e Taylor empurraram Tommy. "Sem testemunhas..." sussurrou Augustus.

Depois, ele penetrou a espada no coração do garoto. Tommy tossiu e chamou pela irmã antes de fechar os olhos. Abby, que agora gritava desesperadamente, tentou chegar perto do irmãozinho. Ela foi empurrada ao chão novamente, dessa vez machucou seus cotovelos e joelhos. Gus a chutou no estômago, fazendo com que ela cuspisse seu próprio sangue. As meninas pegaram a espada de Gus e deixaram o cabelo de Abby extremamente curto. Todos começaram a chutá-la. Ela já estava ficando sem forças quando os meninos pegaram a espada e cortaram várias partes do corpo de Abby, principalmente as pernas dela. E, para finalizar, Gus cravou a espada na cintura dela, atingindo o seu estômago. Ela desmaiou devido aos ferimentos, e a última coisa que viu foi a boneca, olhando para ela e sorrindo como sempre.

Augustus estava pronto para matá-la para por um fim na garota. Ele a amava, mas ela nunca o quis, ele pensava. Ela deveria pertencer a ele, somente a ele. Caso o contrário, não iria ser de mais ninguém. Ele puxou o cabelo de Abigail e posicionou a espada sobre seu pescoço. Em poucos segundos, a garota abriu os olhos. Mas ela não era mais a mesma. Seus olhos agora eram vermelhos e pretos, seus lábios estavam mais escuros do que o normal, sua pele adquiria um tom acinzentado. Ela sorriu para os adolescentes que agora recuavam assustados. Seus dentes estavam amarelados e afiados, como presas. Foi quando sangue escorreu de sua boca e fogo saiu de seus olhos. Ela se levantou lentamente e os encarou. A boneca havia sumido. Abby permaneceu lá, enquanto os outros saíam correndo.

Tia Kelly havia acordado há 3 horas e esperava furiosamente por Abby e Tommy que, como ela pensava, haviam fugido juntos para a festa. Ela assistia ao noticiário, onde o apresentador falava que cinco jovens foram encontrados mortos, várias facadas profundas na região do estômago. O mais estranho, na sua opinião, foi que a causa da morte era sufocamento, seguido de ataque cardíaco. Embora não houvesse outro machucado além das facadas, era notável que o assassino usou suas próprias mãos para matá-los, além de seu instrumento que poderia ser uma faca, uma adaga ou até mesmo uma espada. Logo, a tia se preocupou com seus sobrinhos.

Ela ouviu a porta se abrir e suspirou. Kelly nem precisava se virar para ver quem estava lá, de pé, no batente da porta. Ela começou a chamar pela menina, e pediu para que a seguisse até a cozinha. E assim foi feito. A tia se recusava a olhar para a garota. Pensando que seu irmão estava junto dela, ela falou para Tommy ir para o seu quarto enquanto retirava uma faca da gaveta. Ela se virou e deixou a faca cair ao ver sua sobrinha. Ou melhor, sua nova sobrinha. O vestido branco agora estava rasgado e sujo. Cortes em suas pernas e nos seus ombros eram visíveis, além de seu pescoço ter um corte de espada. O cabelo sujo, mais escuro e curto. Em sua mão direita, ela carregava uma espada vermelha; na outra, a cabeça de seu irmão Tommy. Kelly se afastou da menina enquanto ela jogava a cabeça no chão. Ela sorria e encarava a tia com aqueles olhos em chamas. Kelly começou a gritar, mas nada adiantaria. Ninguém ouviria. Abby estendeu a mão em direção a tia. E ela não viu mais nada, somente olhos vermelhos e pretos que a encaravam em meio à escuridão da noite. Ao fundo, a voz de sua sobrinha totalmente alterada, dizendo:

- Ei, coelhinha... Você não me ama?

Relatos

#1 Uma gravação foi encontrada perto dos corpos de quatro policiais que investigavam o massacre da família Perez. Causa da morte: sufocamento seguido de ataque cardíaco.

#2 Uma garota de nove anos foi encontrada morta no seu quarto de brinquedos. Suas bonecas estavam decapitadas. Causa da morte: sufocamento seguido de ataque cardíaco.

#3 O corpo de uma mulher de vinte anos foi encontrado pela mãe da vítima no seu apartamento. Perto dela, uma carta escrita pela vítima. O policial Jeremy White cedeu um pedaço da carta à mídia:

"Eu vi que vinha um carro na sua direção. Eu suspirei, pensando que o motorista a atropelaria. Meu pesadelo iria acabar naquela hora. Eu estava errada. O carro passou pelo corpo dela, como se fosse um fantasma. Ela riu e parou no meio da rua. O seu sorriso desapareceu, como o fogo nos seus olhos. Aqueles olhos vermelhos, que me encaravam o tempo todo. E, em poucos segundos, eu não pude ver mais nada. 

E eu nunca mais verei nada. 

Só o que ela vê.

Só o que ela quer ver.

Eu não tenho escolha.

É tarde para mim.

Mas, em breve, você verá."

E, no final:

"Não tenho ideia do que aconteceu.  Sem digitais. Nada, além de símbolos; símbolos do Demônio. Todo lugar que vamos... Não importa, não temos escolha."



Você... Não... Me... Ama?

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