terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A realidade



Eu sou um psiquiatra, e em dia desses eu encontrei um caso que me deu um arrepio na espinha. Há algum tempo atrás, uma nova família se mudou para meu bairro, um casal na casa dos sessenta e seu filho, que tinha cerca de 30 anos de idade. O filho era um chamado "eremita" e raramente era visto fora de sua casa. Naturalmente, eu não poderia perguntar diretamente para a família, mas era óbvio que eles se mudaram para o novo local para escapar do estigma social.

Dias se passaram e o filho saíra menos e menos até que ele não saia mais de casa. Ele agora era um eremita completo. Todas as noites, eu ouvia a mãe gritando com ele em seu quarto. As vezes eu, tinha a chance de encontrar a mãe, ela cumprimentava-me com um sorriso, mas ela sempre parecia pálida e abatida.

Um ano e meio se passaram desde a última vez que tive um vislumbre do filho quando seu pai veio a mim e disse: "Posso pedir-lhe para nos visitar amanhã?" Eu nunca tinha me envolvido com eles pessoalmente ou como médico, mas nós éramos vizinhos e os vizinhos devem ajudar uns aos outros, concordei em vir.

No dia seguinte, quando os visitei tanto o pai como a mãe me receberam na porta. "Por favor, venha por aqui", disse a mãe enquanto ela mostrava o caminho para o quarto de seu filho. Ela parou na frente do quarto do filho, e de repente gritou "Eu vou abrir a porta!". Assim que ela abriu ela gritou "Por que você ainda está dormindo? Levante-se!" Ela tirou o edredom da cama. Eu vi o que estava por lá e fiquei mudo com descrença.

Era um manequim, Com o rosto já com a tinta gasta, nu deitado na cama. Então o pai disse-me: "A pessoa que eu quero que você veja é a minha esposa. Ela não pode suportar a aceitar a realidade."

Fonte: Lua Pálida

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