Essa história é antiga, aconteceu a muitos anos atrás. Todas as pessoas para quem eu contei riram da minha cara na prisão... Mas o sobrenatural é real. A maioria das pessoas apenas tem sorte de não ter ficado cara-a-cara com ele como eu fiquei.
Eu lembro de tudo como se fosse ontem. Tudo começou quando Sara jogou um jornal na minha mesa durante a pausa do almoço na época da escola. Lembro perfeitamente de sua voz...
“- Uma Headhuntress.
Fiquei olhando alguns segundos para o rosto de Sara esperando que ela dissesse que estava brincando. Ela não disse.
- Você já viu o jornal essa manhã, Ricardo?
- Ela abriu o jornal na mesa e apontou com o dedo.
- Mais uma moça jovem assassinada essa semana, e de novo sem a cabeça, vê? Não pode ser coincidência, junte as peças.
- Sara, olha, eu já estou namorando você a algum tempo e realmente não vejo problema com essas suas manias de ocultismo. Mas isso é ridículo, você está passando dos limites.
Me levantei da mesa.
- Não, não, Ricardo, me escuta.
Ela me segurou pelo braço.
- Dessa vez é real, você não percebe como isso não pode ser coincidência? Toda semana uma jovem morre e é encontrado seu corpo sem a cabeça. Seus corpos são encontrados machucados como se o assassino as odiasse.
- Isso só mostra que existe um psicopata que odeias mulheres, o que a senhora Olenna tem a ver com isso.
- Eu vi outro dia em um dos livros sobre criaturas sobrenaturais um texto sobre os Headhunters. Em vida eram pessoas que nutriam muita inveja e quando mortos, se não tiveram um enterro adequado, voltam à vida e caçam as pessoas do mesmo sexo, por raiva e para roubar suas cabeças.
- Santo Deus Sara, você acredita que a nossa vizinha é uma espécie de zumbi vingativo Headhunter?
- Headhuntress Ricardo, as mulheres só caçam cabeças de outras mulheres. Você nunca percebeu? A senhora Olenna só contrata empregadas jovens e as troca quase toda semana, quem garante que ela não dá um pequeno tempo para disfarçar e as assassina só pra ficar com a cabeça? Além disso...
Ela ficou com uma cara muito séria.
- Outro dia ela já disse pra mim que eu tenho uma cabeça ótima, acredita nisso, não estava falando do meu rosto, disse que o formato da minha cabeça era ótimo!
Não pude parar de rir naquela hora. Aquilo a deixou furiosa.
- Sara, ela é só uma velha. É costume dos mais velhos elogiarem o formato da cabeça, dos quadris, essas coisas. É só jeito de falar, para dizer que você é bonita. Você sabe que é linda.
Tentei me aproximar dela, mas não deu muito certo.
- Se você realmente pensasse dessa forma, iria me apoiar sabia? Depois de dizer isso se afastou pisando duro.
Passei o resto da aula pensando no que ela tinha dito e a procurei na saída.
- Vou te ajudar Sara.
- Vai mesmo? Eu estava falando sério.
- Sim, vou te acompanhar e te mostrar como tudo isso é coisa da sua imaginação, como quer fazer?
- Bem... Eu estava pensando em distrair a senhora de alguma forma enquanto outra pessoa vasculha a casa dela. Talvez exista alguma coisa lá que prove algo.
- Quer que eu procure pela casa? Se você estiver certa sobre ela, ela pode acabar tirando sua cabeça ali mesmo. Achei que aquilo soou de um jeito engraçado, mas ela não achou.
- Não. Você vem comigo. Uma terceira pessoa vai vasculhar a casa.
Meu amigo Daniel chegou um pouco depois de eu desligar o celular. O escolhi por ser meu colega mais curioso. Contamos pra ele nossa história.
- Vocês são loucos? Tudo bem que a senhora Olenna não sai muito de casa, e troca sempre de empregada... Além de falar de um jeito estranho. Mas dizer que ela é uma criatura sobrenatural é... Não faz sentido algum!
- Daniel, se não quiser nos ajudar é só falar...
- Cara, mesmo se ela não for essa coisa, o que eu acho que realmente não é aquele porão dela é muito suspeito, você sabe, já ouvimos coisas lá por perto tarde da noite. Talvez ela seja uma maluca psicopata. E vocês querem entrar lá mesmo assim?
- Bem... estaremos com a velha o tempo todo, você só tem que quebrar o cadeado do porão pelo lado externo, por trás da casa, enquanto falamos com ela.
- Eu... isso parece perigoso. Mas eu realmente estou muito curioso pra saber o que existe naquele porão. Estou nessa.
Botamos o plano em ação poucas horas depois. Sara e eu batemos na porta da casa da senhora Olenna e puxamos algum assunto, nos preparando para uma enxurrada de histórias chatas e perguntas sobre nossos pais.
A senhora conversava e rodava pelo cômodo com seus passinhos lentos como de costume, enquanto conversava conosco sua empregada nos servia bolachas e chá. A senhora tinha o costume de fazer suas empregadas se vestirem como empregadas inglesas, com aqueles vestidos pretos e avental, como passam nas novelas. Um pouco excêntrico, mas ela era rica, então não tão estranho assim.
- Elas sempre se vestem assim, não acha que pode ser algum tipo de padrão antes dos assassinados? Sara cochichou comigo.
- Sara, ela tem o preparo físico de uma múmia. Se existe um assassino por aí não é ela.
- Talvez ela esteja só tentando nos confundir, li que Headhuntress são criaturas enganadoras por natureza.
- Crianças, o que tanto cochicham aí hein? Vocês formam um casal tão bonitinho, espero que não estejam se beijando escondidos.
Sara arregalou os olhos, eu tive que segurar o riso.
- Dona Olenna, por favor, temos 17 anos.
O resto da tarde foi tranquilo, e nos despedimos quando a noite começou a cair. Esperamos algum tempo no local de encontro que tínhamos marcado com Daniel. Mas as horas se passaram e ele não apareceu.
- Você acha que... aconteceu algo a ele?
- Sara, quem teria pego ele? A única coisa que aconteceu foi o Daniel ter ido direto para casa ou coisa assim. Vamos para minha casa pensar um pouco sobre isso, está começando a chover.
Mas no fundo eu estava bem nervoso com tudo isso, por que ele estaria demorando tanto?
Voltamos para minha casa. Sara e eu ficamos vendo um filme na sala até por volta das 20:00 horas quando de repente ouvimos a campainha tocar.
Era Daniel, mas ele estava com uma aparência horrível, pálido e tremendo muito na chuva.
- Daniel? O que aconteceu... Você se perdeu ou...
Um trovão iluminou o céu e em seguida ele falou
- S-sara estava certa. A velha maluca é uma Headhuntress.
Ambos nos olhamos como se tivéssemos tomado uma tapa. Daniel estava em desespero e começou a balbuciar.
- E-eu estava vasculhando o porão e não encontrei nada de estranho. Além de um grande armário que estava trancado e não pude abrir, havia uma grande mancha escura na frente do armário. O-ouvi passos e me escondi atrás de um monte de móveis, mas a-ainda conseguia uma boa visão do armário. Elas estavam descendo, a velha e a empregada. A velha mandou a empregada fazer alguma coisa relacionada com a mancha no chão e abriu o armário. A-a empregada não podia ver o armário pois estava de costas para ele. M-mas eu vi. Dentro do armário, era como um pesadelo Ricardo, um monte de cabeças, dezenas delas, todas jovens e bonitas, não pareciam estar decompostas nem por um segundo, algumas tinham os olhos abertos, vidrados, outras pareciam estar dormindo. Elas estavam enfileiradas e separadas por cor de cabelo, como se a velha maldita as colecionasse.
Sara e eu não conseguíamos falar nada.
- A velha puxou uma foice ou algo assim e parou atrás da empregada. Ela não percebia, estava distraída com o chão e quando levantou a cabeça ela deslizou a lâmina pelo seu pescoço. Eu vi a enxurrada de sangue cair no chão Ricardo! E-eu não suportei aquilo e corri, a porta do porão estava perto de mim, e-então eu fugi, Ricardo, t-temos que correr até a polícia.
- Daniel, v-você correu direto pra cá? Sara estava pálida.
- S-sim, eu não sabia o que fazer!
- Daniel, você tem certeza que ela não te seguiu?
Ele pareceu perceber muito tarde.
- N-não, não tenho.
A luz da casa acabou quando ele terminou de falar.
Sara perguntou por mim, e eu segurei sua mão.
Por um segundo tudo poderia ter sido um jogo, uma brincadeira, cheguei a pensar que a tempestade talvez tivesse arrebentado alguma fiação do poste.
Mas não era nada disso, no fundo eu sabia, sabia que havíamos nos metido com algo muito maior que nós.
Ouvidos o barulho de vidro quebrando em um dos quartos, depois um grito feminino e estridente no mesmo local.
Sara começou a gritar. Daniel correu para a porta e fugiu desesperado pela noite. Coloquei a mão na boca de Sara de ela me olhou, estava com muito medo.
- Não se preocupe, não vou deixar nada te acontecer. Tentei parecer o mais seguro possível.
Havia um taco de alumínio que meu irmão usava e havia deixado no canto da sala, eu o peguei. Sara insistiu em ficar atrás de mim. Fomos andando devagar pela casa, o taco firme em minhas mãos. Quando entrei no quarto de onde havia vindo o barulho, vi a janela quebrada. Haviam jogado uma pedra, mas não havia ninguém lá.
- Oh R-Ricardo, se só jogaram uma pedra, que grito foi a-aquele que ouvimos?
- Sara... Temos que ir atrás do Daniel. Isso só foi uma distração para nos atrasar.
Estávamos correndo pela chuva, na direção que eu achava ter visto Daniel correr, era a mesma direção da casa dele.
- Não d-devíamos ir na polícia primeiro Ricardo?
Sara estava muito nervosa e falando muito pouco, eu nunca tinha visto ela tão assustada.
- Mesmo que inventemos provas de que a velha é a assassina ou algo assim para irem vasculhar a casa dela, perderemos muito tempo. Daniel está em perigo, eu tenho certeza.
A verdade é que eu estava me sentindo terrível por tê-lo envolvido nessa história.
A rua estava vazia por causa da chuva, mas uma silhueta começou a surgir ao longe.
Sara segurou meu braço. Eu segurei o taco de alumínio.
- Quem está aí?
Era Daniel, Sara respirou aliviada.
Mas agora ele usava uma capa de chuva, o reconhecemos por que ele estava sem o capuz.
- Não se preocupem, estou bem.
Sara estava aliviada. Mas eu não.
Algo parecia errado. Tive uma sensação horrível na espinha, uma vontade inexplicável de correr. Mas não podia, não pela Sara.
- Que bom que está bem... De onde surgiu essa capa Daniel?
- Isso? Achei jogada por ali, está chovendo horrores, vamos encontrar um lugar seco, estou com medo aqui fora.
Algo estava errado... Sara já estava se virando quando falei.
- Onde está sua educação Daniel, deixe a Sara vestir essa capa. Ela é uma garota na chuva.
Daniel me olhou por segundo que pareceu uma eternidade.
- Olha, e-eu estou gripado, confuso, vamos nos apressar e...
- Espere um pouco Daniel... Eu esqueci uma coisa... Quantas cabeças você me disse ter visto no armário mesmo?
Ele parou e olhou para os lados.
- Sei lá, eu disse umas vinte?
Sara percebeu mais ou menos nessa hora. Seu rosto empalideceu e ela deu um passo para trás. Daniel percebeu. Eu olhei para ele muito sério.
- Não Daniel, você não me disse quantidade nenhuma, lembra?
Segurei o taco na minha frente. E minha impressão estava certa.
As feições de Daniel mudaram monstruosamente para raiva, sua testa e boca se contorceram como se a pele esticasse demais. Sua voz foi estridente e horrível.
- Vocês deveriam ter morrido quietos, crianças.
Em um primeiro momento aquilo pareceu surreal demais para estar acontecendo. Mas de repente eu percebi que não podia questionar ou pensar muito sobre isso na hora. Estávamos em perigo, e eu tinha que resolver. O monstro correu em minha direção, sacando uma faca afiada e ensanguentada de um bolso.
Mas ele não foi rápido o suficiente e o taco conseguiu atingir suas costelas a tempo. A capa de chuva caiu e o que vimos foi de gelar o sangue. Sara gritou.
A cabeça era de Daniel, desproporcionalmente grande para seu corpo que era magro e feminino, com seios e tudo mais. O corpo estava usando uma roupa lisa e preta, o tipo de roupa ideal para um assassino. Lembro de ter pensado na hora que ela estava em forma para uma velha.
Ele tentou atacar de novo, dessa vez meu taco acertou sua cabeça, que saiu voando como se estivesse apenas encaixada.
Sem a cabeça, o corpo saiu correndo e soltando um grito agudo do buraco aberto em seu pescoço, como ela sabia pra onde estava indo?
Sara estava encostada na parede. Seu olhar estava fixo na cabeça que rolava pelo chão.
- D-daniel... Ricardo, o Daniel...
- Sara... ele está morto. Eu olhei para a cabeça. Pobre Daniel, aquela coisa encontrou ele sozinho e com medo correndo pela chuva. Espero que tenha sido pelo menos rápido e indolor.
- Sara, vá buscar a polícia. Vou ter que resolver isso.
- Resolver Ricardo? O-o que vai fazer?
- Você viu como fui mais rápido que ela... Eu posso fazer isso... Vou na casa da senhora Olenna e irei acabar com a raça dessa velha. Você Sara tem que ir para a delegacia e contar tudo o que sabemos. Talvez alguém acredite se... Acho melhor você levar a cabeça para mostrar que é sério.
Sara me olhou e depois olhou para a cabeça.
- E se não acreditarem em mim... E se me detiverem achando tudo isso muito suspeito... E eu não voltar com ajuda à tempo?
- Confie em mim Sara, posso com aquela coisa! Eu sinto isso!
Ela se aproximou e me deu um beijo.
- Vou o mais rápido que puder e voltarei. Não se mate entendeu bem?
Então corri em direção à casa da velha. Ela não era burra, devia prever que iríamos chamar reforços... Ela já deveria estar fugindo da cidade à aquela altura.
Quando cheguei na casa estava decidido a encerrar os dias da Headhuntress com aquele taco que carregava. A porta da frente estava trancada. A porta dos fundos... estava aberta.
Não podia ser coincidência... Era uma armadilha. Ela estava me convidando a entrar... Ela poderia ver no escuro? Já teria colocado outra cabeça?
Não pensei muito na hora, entrei na casa. Andei lentamente por dentro dela, alerta para qualquer movimentação durante vários minutos... E nada de estranho aconteceu ao meu redor. Talvez ela estivesse trocando de cabeças no porão, junto ao armário.
Então ouvi alguns barulhos. Vinha do quarto da velha. A porta estava entreaberta e eu podia ver ela se movendo lá dentro.
A senhora Olenna estava vestindo uma roupa posta às pressas, arrumava as malas como se estivesse com muita pressa. Ela planejava fugir, isso parecia claro. Eu não ia permitir.
Esperei um momento em que ela ficasse de costas para a porta. Quando aconteceu eu invadi o quarto dela e acertei a senhora com o taco bem atrás de sua cabeça, com toda a minha força.
Para meu horror sua cabeça não caiu. A senhora Olenna deu um grito baixo e caiu no chão estatelada. Muito sangue saía de sua cabeça. Ela estava morta.
Aquilo não fazia sentido! Ela havia cortado a cabeça da empregada! Ela não poderia ser outra coisa... A não ser que...
A porta rangeu atrás de mim. E dessa vez eu vi e entendi tudo como em um estalo.
A headhuntress era a empregada. Ela usava a cabeça de várias mulheres, não eram várias empregadas diferentes. A velha devia só ajudar ela a trocar as cabeças.
Ela estava usando agora a cabeça de uma dessas empregadas. O ódio em seu olhar deformava seu rosto. Ela correu em minha direção com as unhas afiadas esticadas em minha direção, tentado furar meu olhos.
- Desgraçado! Moleque desgraçado! Você matou minha serva!
Eu brandia o taco de um lado para o outro, mas a cama grande da velha prejudicava meus movimentos e eu não consegui ser eficiente em afastar ela a tempo. Ela arranhava meu rosto e o sangue estava quase me cegando, ela parecia mais rápida e segura do que quando a enfrentei na chuva. Percebi muito tarde que talvez ela estivesse enfraquecida usando uma cabeça provisória como a de Daniel. Achei que era meu fim.
Mas ouvi o grito do monstro e me deparei com uma cena inusitada quando limpei meus olhos. Sara estava com uma barra de ferro nas mãos, ela havia acabado de bater com ele por trás da cabeça da headhuntress. O monstro estava agora com a cabeça ensanguentada. Vi uma marca estranha no pescoço dela, uma linha de onde um fio de sangue estava brotando.
- Sara, vamos tirar a cabeça dela, está quase saindo!
O monstro não teve muito tempo, agitei o taco com muita força, acertei primeiro entre os seios, ela se afastou. O segundo golpe veio bem na cabeça, enquanto ela estava sem ar, o que arrancou a cabeça dos ombros dela e a fez rolar ensanguentada pela cama da velha.
Ela deu um grito agudo novamente, e um salto sobrenatural por entre nós dois, correndo de volta para a porta e se embrenhando no escuro da casa.
- Sara, o que faz aqui? Você não tinha ido chamar pela polícia?
- Eu tentei Ricardo, mas não havia delegado lá... Eu não podia esperar, sabia que você precisaria de ajuda.
- Mas... e a cabeça de Daniel? Você não mostrou pra eles?
- Ricardo... Eu não consegui levar aquilo comigo... Não podia olhar para aquilo.
- Sara, você não entende! O risco que corremos aqui sozinhos...
- Não estamos sozinhos Ricardo, temos um ao outro, se você pode resolver sozinho, imagine junto comigo!
Não havia tempo para discutir. Sara havia feito a escolha dela, se ela não tivesse voltado talvez eu estivesse morto e sozinho agora. Corremos em direção ao porão. Se ela iria trocar a cabeça teria que passar lá, não teria?
Quando chegamos ao porão a porta do armário estava aberta, várias das cabeças estava no chão, não sabia dizer a quanto tempo o monstro havia passado ali. Mas a cena realmente era aterradora como Daniel havia dito. Algumas das cabeças pareciam dormir no chão. Algumas tinham os olhos vidrados e girando nas órbitas, algumas dessas olhavam para nós desde que entramos no porão, outras pareciam em dor e com as bocas abertas, como se tentassem gritar, mas nenhuma possuía cordas vocais.
- Ricardo, olhe ali.
Havia uma grande mala, de onde parecia que algumas das cabeças haviam caído.
- Quando cheguei... Parecia que a velha estava se preparando para fugir. Então a empregada devia estar aqui naquele momento, colocando as cabeças do armário para essa mala, para levar elas consigo.
- O-o que faremos?
- Esperamos aqui escondidos, ela deve vir trocar a cabeça por uma que não esteja... danificada. Aí pegamos ela.
Mas nos escondemos por alguns minutos e nada ocorreu. Estávamos angustiados.
- Ricardo... E se... E se ela possuía alguma cabeça escondida pela casa, para ser usada em situações de emergência, sem ser aqui no porão?
Eu não havia pensado nisso.
- Acho que ela usaria a cabeça e fugiria...
- Não Ricardo, headhuntress são vingativas, ela vai tentar nos matar de qualquer jeito.
Eu pensei por um momento.
- Sara, fique aqui no porão... Ela só pode estar lá em cima, vou subir as escadas e tentar encontrá-la antes que faça algo.
- Não Ricardo, por favor, estou com muito medo.
- Fique escondida atrás de algum desses armários... Não se preocupe, vou ficar de olho na porta do porão o tempo todo.
Ela se escondeu e eu subi de volta para a casa. Andando devagar tentava deduzir a onde ela estaria escondida. Ao longo de alguns minutos vasculhei alguns cômodos pela casa. Eu estava muito tenso, mas não iria me distrair para ela.
Ouvi um barulho. Meu sangue gelou. Tinha vindo do porão.
Sara vinha subindo as escadas apavorada e ofegante quando a encontrei.
- Foi por pouco Ricardo, e-ela estava escondida no porão o tempo todo, saiu de um dos armários, sem cabeça... foi horrível.
- Calma Sara, o que você fez?
- Consegui dar a volta nela, mas ela ainda está lá, a nossa chance de pegar ela é agora Ricardo.
- Ela deve ter se escondido pra nos atacar de novo, fique aqui Sara.
Peguei o taco e desci as escadas. De repente tive outra sensação horrível. Uma daquelas que não podia descrever. Tinha que ser só uma impressão...
Haviam vários armários fechados, mas por algum motivo sabia que estavam vazios. Olhei atrás de um deles e não pude acreditar no que via.
Ali estava o corpo morto e sem cabeça de Sara ensanguentado no chão. Ainda ouvi sua risada ao longe, correndo pela porta afora.”
Fonte: Creepy Attic
Quando ela apareceu correndo, deu pra notar que era a headhuntress, é tipo em filmes de terror...
ResponderExcluir